domingo, 19 de fevereiro de 2012

Relatos Nada Verídicos do Castelo: O fim da festa

>> O motivo de tanta estagnação...
Sem enrolar, pestanejar ou tamborilar, TUDO estava pronto. Era para ser épico. Histórico. Enfim, haveria uma festa de aniversário para o CM. O Castelo estava todo animado.


Dos presentes preparados pelos Humanos até o Coral de Lemingues, a ansiedade era deveras grandiosa. Mas a queridinha animação não se sufocava, de jeito algum. Era uma data especial, nisso todos concordavam. Mas ninguém queria concordar com a existência de uma minúscula - mas tão sorrateira - possibilidade de absolutamente TUDO dar errado.


No Salão Central do Castelo, os membros organizavam-se diante de uma mesa farta e envoltos por uma decoração cheia de mafagafos agressivos. Mas alguns lemingues ainda não haviam chegado. Então, em uma fila eles começaram a entrar pela porta que, até o momento, estava fechada. Uma leve brisa adentrou e fez a Marmota ficar arrepiada. Ela correu até derrubar a cadeira em que Polônio cochilava, uma vez que apenas dormindo não poderia devorar a comida da festa antes do momento.


Ele acordou. Rapidamente, atacou alguns canapés e uma conserva de ovos - ninguém sabe como ela estava ali...


Em questão de segundos ele começou a se remexer, atacado por uma intoxicação alimentar digna do Submundo. Isso fez com que o garoto que trajava seu melhor terno de marinheiro batesse numa coluna de balões e os estourasse.


As bexigas que acabaram estourando tinham a cara do Mafagafo estampadas. Ele ficou irritado com "sua cara" ser estourada tantas vezes e começou a correr para todos os lados, urrando. Mr. PB tentou controlar a fera, mas acabou por escorregar num de seus aparatos que usava para causar a queda das pessoas que perseguia. Fraturou a clavícula com o tombo e começou a chamar pela "Mamãe".


Os Lemingues começaram a cantar para acalmar a situação, mas o vocal só piorou as coisas ao irritar, agora, a Marmota. Esta começou a perseguir o Mafagafo. Eles corriam em círculos, sempre passando por cima de Mr. PB e sua clavícula fraturada, que emitia gemidinhos toda vez que era pisoteado.


Polônio ficou desnorteado e caiu na mesa. Tudo despedaçou-se. Deitado nos destroços e ainda intoxicado, começou a comer o que conseguia em meio aos detritos.


Os Humanos ignoraram o aviso do Guia do Mochileiro das Galáxias e, simplesmente, entraram em PÂNICO! Fizeram a coisa mais idiota a ser feita - quer dizer, uma das coisas mais idiotas a se fazer - e, apenas depois, perceberam a dimensão da bobagem: Apertaram o botão do Buraco Negro.


Atavicamente, um buraco negro surgiu ali e começou a sugar TUDO. Quer dizer, não era tudo, tudo... Mas era TUDO. Uma coisa a se saber do botão em questão: ele ativa um buraco negro fraco o suficiente para sugar apenas algumas coisas ao seu redor... Em outras palavras, é um buraco negro fracote... Como resultado, os membros do CM e todos os Arquivos foram levados. Ah, os preparativos da Festa também foram arrancados sem piedade. Aliás, é bom ressaltar que uma bolinha de gude que, ninguém sabe como, estava jogada no chão também fora, acidentalmente, levada.


O buraco negro os levou para um quarto escuro. Sim, o buraco negro levava o que sugava para um quarto negro... Na verdade, o Quarto Negro. Como aquele botão nunca tinha sido apertado antes - acreditem, não existem muitas utilidades para algo que, simplesmente, "puxa" as coisas e os seres vivos para um quarto e os deixa lá até alguém ter a bondade (ou vontade) de tirá-los -, o lugar estava vazio, exceto por uma réplica infiel do sanitário que Michel Duchamp usara em sua arte conceitual - a empresa responsável pela montagem do Serviço (a Buracos & Cia.) simplesmente colocara aquilo lá para que, caso alguém fosse parar lá dentro, tivesse algo para admirar, um pouco de cultura para ver nos confins do tédio...


Então, com toda a bobagem que acontecera, agora o Quarto Negro estava lotado. Lotado de coisas da festa, pessoal do CM, Arquivos do Castelo e com a bolinha de gude que, acidentalmente, fora levada.


Lá, todos tiveram muito tempo para pensar em suas atitudes. Depois de conversarem civilizadamente, desculparam-se uns com os outros e distribuíram abraços carinhosos. Mais tarde, uma fada os libertou. Afinal de contas, a lição tinha sido aprendida. Logo mais eles foram para casa com a consciência de não tomarem banho de chuva, já que isso poderia causar-lhes um resfriado. MENTIRA.


O que REALMENTE aconteceu foi o seguinte: eles não refletiram sobre nada, brigaram descontroladamente e colocaram a culpa nos outros - no final, a Mãe do Mr. PB ficou com a culpa - e quase destruíram os Arquivos.


Ficaram por lá até um vendedor da Tupperware aparecer no Castelo oferecendo potes com muitos anos de garantia. O vendedor viu a porta aberta e, simplesmente, entrou. Quando notou que não havia ninguém por ali, aproveitou a deixa para fuçar o lugar. Naturalmente, ele teve de apertar o botão chamativo que levava escrito: "APERTAR APENAS EM CASO DE URGÊNCIA! COISAS, NO MÍNIMO, ESTRANHAS PODEM ACONTECER SE ESTE BOTÃO FOR USADO! CUIDADO! SUA MÃE PODE SER LEVADA EMBORA!!!". Ele apertou por apertar. E apertou por achar curioso o fato do último aviso levar três pontos de exclamação ao invés de apenas um, como os demais. Quer saber? Ele simplesmente apertou.


Aquele era - como você, sendo um aspirante de detetive, deve saber - o botão do buraco negro. Ao ser apertado, o vendedor da Tupperware foi sugado para o Quarto Negro. Como trazia com ele muitos potes com vários anos de garantia, o quarto em questão simplesmente ficou entupido - o pessoal do Castelo havia instalado o Quarto Negro Modo Econômico - e o sistema entrou em colapso. Como resultado, o quarto "vomitou" tudo o que tinha dentro.


Na verdade, "vomitou" QUASE tudo. Dentro dele ficaram o vendedor da Tupperware e a réplica infiel da arte conceitual de Marcel Duchamp. Acho que a bolinha de gude também ficou aprisionada. Acreditem, o vendedor ficou feliz no quarto, uma vez que sempre desejara ver uma réplica infiel da obra em questão. E ali ele ficou admirando aquilo que queria ver fazia muito tempo. É bom dizer que o vendedor era alimentado todos os dias - algumas vezes o pessoal esquecia de alimentá-lo, mas ninguém morria (acho).


É bom dizer, também, que a mercadoria da Tupperware que o vendedor trazia consigo fora "vomitada" inteiramente. Logo, a cozinha do Castelo está cheia de potes com muitos anos de garantia.


A verdade é que todos os que interessam saíram do Quarto Negro. O pessoal do CM estava ileso. Quer dizer, até olharem o calendário. Eles perderam toda a Festa. Na verdade, perderam meses no CM. Quase entraram em PÂNICO outra vez, mas o Mafagafo se adiantou e fez um discurso que animou todos - até mesmo o bonsai que ficava na janela. Basicamente o discurso era "Grrr... Grrrrr... Grrr... Grrrrrrrrrrrrrrrr...", mas todos entenderam como "Lutem! Não desistam, Amigos! Ainda poderemos salvar o nosso Castelo!".


Bem, foi por isso que ficamos tanto tempo sem postar - certo, "tanto tempo" é pouco... Talvez seja melhor colocar "tantas eras sem postar" - ou aparecer na superfície do mundo e, mais importante, comemorar o aniversário do CM do jeito que seria supimpa. Agora, para tentar acertar os ponteiros, a Equipe está trabalhando mais que os pobretões explorados da Revolução Industrial. 


Sete Perdões...


É TUDO verdade, hein.


=D






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